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Congresso da AUGM

resulta em documento que reafirma compromisso com a democracia e com o fortalecimento da extensão universitária



Texto: Gabriela Villen, Fernando Barbosa, Maria Luiza Robles Arias e Laurie de Oliveira  |  Fotos: José Irani  

A Unicamp sediou, entre 27 e 30 de julho, o VI Congresso de Extensão da Associação de Universidades Grupo Montevidéu (AUGM), com co-organização da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp. O Congresso reuniu quase mil pessoas, das 41 instituições públicas de ensino superior dos seis países que compõem a Associação (Brasil, Argentina, Bolívia, Chile, Paraguai e Uruguai), além de participantes de outros 11 países. Foram 515 trabalhos apresentados, entre pôsteres e apresentações orais, e 34 oficinas realizadas, nos eixos Extensão, Cultura e Comunicação. As mesas redondas procuraram agregar a diversidade de pontos de vista e realidades das universidades membro da AUGM, sobre temas como: institucionalização da extensão, direitos humanos, comunicação pública universitária, internacionalização, arte, ciência e cultura. O evento gerou um documento que traça as diretrizes da Associação, seu compromisso com a democracia, com a integração latinoamericana e com o fortalecimento da extensão universitária. (Leia o documento na íntegra LINKAR)

“A declaração apresenta como a AUGM vê todo o processo de integração da extensão nas atividades das universidades e de valorização institucional da extensão”, comentou o pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp e anfitrião do evento, Fernando Coelho. O pró-reitor destacou ainda a atuação da Associação no sentido do estabelecimento de um acordo regional de mobilidade, no estilo do Erasmus europeu. “A AUGM assumiu o compromisso de protagonizar discussões a nível de Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai, Chile e Bolívia, para que sejam feitas ações  de mobilidade, para docentes, funcionários e estudantes, que envolvam obrigatoriamente as atividades de extensão”, afirmou. De acordo com Coelho, as conversas já estão bem adiantadas e envolvem o ex-presidente Mujica, do Uruguai, e o presidente Lula, no Brasil.


Extensão

Para a coordenadora da Comissão Permanente de Extensão Universitária da AUGM, Lucila Reyna, o Congresso foi um importante espaço para troca de experiências e de construção de uma agenda comum. "Foi um verdadeiro espaço de encontro, onde fomos tratados de maneira extraordinária, e que finalmente nos permitiu consensuar algumas questões fundamentais que temos que desenvolver em cada uma de nossas universidades latino-americanas", avaliou.

O debate sobre “Institucionalização da Extensão” teve como convidados Narbal Silva, da Universidade Federal de Santa Catarina; Lucila Reyna, da Universidad Nacional del Litoral, da Argentina; Mariana Mendy, da Universidad de la República, do Uruguai; e Svenska Arensburg Castelli, Universidad de Chile; além do moderador Roberto Médici, da Universidad Nacional de Entre Ríos, da Argentina.

Para Reyna, as ações de extensão universitária devem atuar diretamente na elaboração de políticas públicas. “É preciso olhar para as políticas públicas não só para criticá-las, mas para contribuir para seu aperfeiçoamento”, afirmou. Svenska Castelli ressaltou a trajetória do desenvolvimento da extensão, que não é recente. “Sabemos que para termos chegado aqui houve uma jornada histórica de extensão e vinculação muito importante. Não é novo. Sabemos que desde o século XIX pensamos nas alianças entre universidade, sociedade egoverno”, lembrou ela.

Mendy, por sua vez, chamou atenção para a necessidade de planejamento e de colocar em prática os debates conceituais sobre extensão. “Estamos imersos em uma disputa sobre o significado do conceito de extensão. Existem muitos esforços, que nem sempre são suficientes. Temos desafios e um longo caminho a ser percorrido, porque toda a institucionalização é um processo.  É importante que esteja nos regulamentos, mas também é importante olhar para a prática e como cada universidade vai se fazer isso”, considerou.

O professor Narbal Silva defendeu a extensão universitária como instrumento de transformação social. “Quando falamos de institucionalização parece que o propósito central é de cada vez mais reduzir o gap entre a formação acadêmica e a vida como ela é. A extensão universitária tem como pressuposto transformar realidades, a qualidade de vida, o bem estar e a felicidade das pessoas nas comunidades onde elas vivem”, completou Narbal. 

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Direitos humanos 

O lugar dos direitos humanos nas universidades públicas também foi tema do Congresso da AUGM. A mesa foi composta por Pilar Barba, da Universidad de Chile; María Laura Tejon,  da Universidad Nacional de Mar del Plata; Ricardo Barbosa, da Universidade Federal de Goiás; e Flor de Maria Mesa, da Universidad de la República;  com mediação da pró-reitora de Extensão e Cultura da Universidade Federal de Minas Gerais, Cláudia Mayorga. 

A mediadora deu início ao debate introduzindo o tema e contando brevemente como surgiu a ideia do tema da mesa e com ele foi proposto para a AUGM. Ela também comentou sobre a importância do Congresso, de existirem esses espaços para debate e do tema escolhido para a mesa. 

Dando continuidade ao debate, Pilar Barba expôs a experiência da Cátedra de Direitos Humanos da Universidade de Chile. Ela contou sobre os maiores marcos da Cátedra, desde os mais antigos até os mais atuais. Um dos últimos marcos, segundo ela, foi a Pandemia de Covid-19. Um momento muito difícil e de muita tensão. “Os tempos de crise são justamente os tempos dos Direitos Humanos”, contou. 

Para Ricardo Barbosa, extensão e direitos humanos sempre andam juntos. “Não conheço programas de extensão que não sejam  a efetivação de direitos”, afirmou.

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Comunicação e internacionalização

A comunicação universitária e sua relação com a extensão e a internacionalização foi tema das duas últimas mesas  do dia 28. As mesas contaram com a participação  de Fábia Pereira Lima, da Universidade Federal de Minas Gerais; Gabriel Morini, da Universidad Nacional de La Plata; Patrícia Lauretti, da Universidade Estadual de Campinas; Mariela Ravanal, da Universidad de Chile; Nicolás Robledo, da  Universidad de la República; Narbal Silva, da Universidade Federal de Santa Catarina; Fernando Salis, da Universidade Federal de Río de Janeiro; Diego Barrios, da Universidad de la República; e foram moderadas por Josefina Bolis, da Universidad Nacional de la Plata e Gabriela Villen, da Universidade Estadual de Campinas.

Para Josefina Bolis, da Universidad Nacional de la Plata e coordenadora da Comissão Permanente de Meios e Comunicação Universitária da AUMG, os debates contribuíram para articular ações conjuntas e  refletir sobre o papel que as áreas de comunicação têm como dispositivos de extensão. "Entendendo que somos mídias públicas universitárias e gestores de comunicação e como tais temos ferramentas fundamentais para democratizar a palavra, para contribuir para uma pluralidade de vozes, para construir plataformas de debate e encontros, que possam pensar a construção de sociedades mais igualitárias", afirmou. 

A partir de sua experiência como superintendente de comunicação na UFRJ, Fernando Salis contou sobre o processo de construção e aprovação da Política de Comunicação da UFRJ pelo Conselho Universitário, desafio ainda perseguido por boa parte das equipes de comunicação das universidades. Nesse contexto, foi fundado o núcleo de rádio e TV e conquistada uma concessão da Rádio FM. “Foi nessa perspectiva de comunicação que começamos a parceria com a Universidade da República (UdelaR). A UdelaR possui uma rádio muito bem consolidada e importante na região de Montevidéu, que é a UNIRádio. Sua programação é de alta qualidade, e promove uma relação orgânica e profunda com a atividade universitária da Universidade da República no Uruguai”, conta. O professor explica que a primeira ideia dessa parceria foi de estreitar os laços entre a Rádio UFRJ e a UNIRádio da UdelaR, principalmente em quatro áreas estratégicas: no desenvolvimento das rádios, na televisão, na educação à distância, e intensificar essa parceria que já possuem em conjunto. “As ações concretas que fizemos deram bons resultados e reverberam até hoje. É muito produtivo ter projetos em comum e esse intercâmbio entre docentes e alunos das universidades, pois cria uma cultura internacional universitária muito rica.”, destacou Salis. 

Discutir sobre uma dimensão da comunicação que tem a ver sobretudo com os fundamentos e as bases políticas para o intercâmbio e articulação entre pessoas que estão vinculadas às universidades é o principal objetivo do professor Daniel Barros com sua fala, segundo o mesmo. “Sou um docente da Área de Estudos Cooperativos e Economia Solidária do Serviço Central de Extensão da Universidade da República em Montevidéu, Uruguai. Esse serviço central de extensão da Universidade da República - que é equivalente a uma pró-reitoria de extensão - teve origem na Comissão Permanente de Extensão, e tem sido um importante protagonista”, alegou. Daniel Barrios chama a atenção para o fato de o Serviço Central de Extensão Universitária ser um espaço autogerido. De acordo com o professor, isso demonstra uma postura política diferenciada em relação à tomada de decisões da universidade, pois muitas vezes as estruturas universitárias tomam decisões que estão associadas sobretudo a nível dos cargos universitários, fazendo com que aqueles docentes e docentes de menor cargo universitário ou mais jovens tenham que estar sempre subordinados àqueles que tomam as decisões. “Eu venho de um espaço autogerido e de uma instituição que tem um componente democrático muito importante, e acima de tudo, um protagonismo do estudante muito importante nas transformações universitárias. É assim que entendo que temos que trabalhar na universidade.”, afirma.

Em relação a internacionalização do ensino superior, Daniel Barrios afirma que deve ser um processo de articulação baseado na defesa da educação como um bem público e social: baseado nos fundamentos da democracia e da autonomia; com a necessidade de incorporar a dimensão cultural à dimensão acadêmica, e de promover autossustentabilidade econômica nos processos de internacionalização e intercâmbio. 

Finalizando sua fala, o professor indaga: “Para mim o objetivo é transformar o ensino,pensar em integrar as funções universitárias a todos os cursos. A extensão universitária pode ter um nível de desenvolvimento à medida em que nós promovemos a transformação da educação. Precisamos repensar a educação”.

Para o professor Narbal Silva, uma questão que lhe parece fundamental à internacionalização da extensão, em especial ao continente ibero-americano, seria: como construir e consolidar a extensão universitária por meio de políticas e práticas, respeitando também a diversidade cultural política e econômica dos países? E o que será necessário fazer, no ponto de vista da comunicação e da internacionalização, para intensificar a presença de mais países nas ações da AUGM?

Em relação a internacionalização, o professor pontua algumas iniciativas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). “Nós temos procurado, na universidade, promover ações que eu chamaria de integrativas entre as pró-reitorias de ensino, de pós-graduação, de pesquisa e extensão, por meio de chamadas e editais conjuntos da coordenação da secretaria de relações internacionais”, afirma. Citando um exemplo, o professor conta foi lançado neste ano, pela UFSC, o edital conjunto número dois, que reúne a secretaria de relações internacionais, a pró-reitoria de pós-graduação, pesquisa e extensão, e a pró-reitoria de ações afirmativas, visando selecionar alunos que irão participar da trigésima jornada de jovens investigadores da AUGM. Esse evento acontecerá na Universidade Nacional de Asunción, no qual quatro desses estudantes irão especificamente para levar ações de extensão e compartilhar experiências. “Nós também fizemos uma chamada interna em 2022 que reuniu a Secretaria de Relações Internacionais e a Pró-Reitoria de Extensão, juntamente com estudantes internacionais, e com o seguinte objetivo: verificar o interesse desses alunos internacionais virem à nossa universidade, para se inserirem em projetos de extensão. Foi muito exitoso, muitos coordenadores e docentes dos nossos projetos demonstraram interesse em recebê-los, e muitos alunos internacionais demonstraram interesse em vir ao Brasil para vivenciar a nossa extensão”, conta.  Algo mais difícil, segundo Narbal Silva, é percebemos é o movimento contrário, sobretudo na Europa e nos Estados Unidos, ou seja, por meio da nossa Secretaria de relações internacionais, mandar nossos estudantes para lá para que eles possam vivenciar a extensão produzida por lá. Até porque nos EUA e no continente europeu, ainda segundo o professor, a extensão na forma que nós a tratamos é muito pouco conhecida e reconhecida.  

No que se refere à comunicação, Narbal Silva considera essencial continuarem os esforços que já existem para a disseminação das ações de extensão universitária, inclusive de políticas e práticas. “Os esforços devem ser contínuos porque eles são muito importantes, e o impacto do aumento da robustez da extensão universitária em todos os âmbitos e em todos os países é fundamental para a consolidação da democracia, por meio do diálogo, por meio da interface do conhecimento acadêmico e do conhecimento popular”, conclui. 

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Desenvolvimento sustentável e agenda 2030

O debate Desenvolvimento sustentável e agenda 2030 abriu o penúltimo dia do Congresso.  Entre outros apontamentos, os debatedores trouxeram os números do mapa da fome no Brasil e América Latina e os 17 objetivos de sustentabilidade da Organização das Nações Unidas (ODS) e os desafios para implantar essas propostas nas universidades.  A mesa foi composta por Juan Pablo Itoiz, pró-reitor de Extensão da Universidade Nacional del Noroeste de la Provincia de Buenos Aires; Jaciele Sell, da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); Maria José Roibon, da Universidad Nacional de Nordeste da Província de Corrientes; como mediação de Marco Cremasco, da Unicamp, que leu os objetivos da agenda da ONU para 2030 de paz e sustentabilidade. “São essas práticas extensionistas, esse diálogo com a sociedade e esse diálogo na perspectiva de transformar não só a sociedade mas nós próprios”, disse Cremasco.

Juan Pablo ressaltou a importância do cumprimento das metas da ONU, mas exclusivamente o da educação para o mundo. “A meta quatro, de uma educação inclusiva e de qualidade, que de alguma forma se consiga alcançar isso e a obrigação da universidade em fazer parte do processo. A conquista dessa meta para todos em toda a vida nos permitiria atingir todos os outros objetivos”, afirma o pró-reitor argentino. “Extensão universitária e desenvolvimento sustentável é o compromisso social das universidades e o papel da educação " ,isso é nosso compromisso. Temos a obrigação de formar as novas gerações e isso é um processo contínuo que transcende as pessoas e até as instituições”,completou ele.

Para Maria José, é vital para o cumprimento dos 17 Objetivos de sustentabilidade da ONU (ODS) que se alimentem as alianças entre as instituições. “É claro, nenhum desses ODSs pode ser acertado sem levar em conta o cumprimento da última delas, que tem a ver com a parcerias para atingir as metas”, aposta a representante argentina. Jaciele Sell defende a qualificação das pessoas que estão à margem das universidades como instrumento de desenvolvimento social e cultural. “não poderia deixar de falar quando se fala de desenvolvimento  sustentável, de quanto esse termo é múltiplo e abstrato e a nossa concepção é sempre de desenvolvimento que tenha por objetivo final a melhoria da qualidade de vida das população. De nenhuma forma trazendo pacotes prontos ou promessas para esse territórios. É uma substituição do termo desenvolvimento pelo envolvimento”,defendeu.

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Arte e cultura

Para o coordenador  da Comissão Permanente de Produção Artística e Cultura da AUGM,  Lukas Kühne, os debates contribuíram para consolidar parcerias e planos futuros. "​​Foi muito importante o encontro presencial para alicerçar o intercâmbio que vem funcionando muito bem há muito tempo, com o clima inovador e produtivo do grupo. Com grande entusiasmo e espírito construtivo unânime, interiorizamos o encontro e obtivemos uma visão clara de como queremos abordar o plano 2023-2024", avaliou.

O uso de Inteligência Artificial (IA) no meio artístico e o futuro das universidades foi tema da mesa de encerramento das atividades da parte da manhã do último dia de congresso. Estiveram presentes como palestrantes Glauber Santiago, da Universidade Federal de São Carlos; Fernando Gaspar, da Universidad de Chile e Flávia Cruvinel, da Universidade Federal de Goiás, que mediou o debate. 

Glauber Santiago iniciou a mesa expondo uma apresentação sobre o uso de IAs no meio acadêmico como ferramenta de auxílio para o processo criativo artístico. “Esses exemplos se mostram especialmente valiosos em situações nas quais o artista pode encontrar-se bloqueado, buscando superar esse obstáculo criativo”, concluiu o professor.

Em seguida, Fernando Gaspar deu continuidade aos debates fazendo uma exposição sobre a arte e as universidades. Segundo ele, a apresentação buscava tentar responder a seguinte questão: “Por que as artes são importantes nas nossas instituições acadêmicas?”. Ele expôs as dificuldades de se responder essa questão e defendeu que: “Um forte apoio às artes em nossas instituições, uma forte valorização da sua  relevância, pode mudar nossas instituições e nossos ambientes. Pode ser um exemplo de uma transformação institucional circular”, afirmou.

Encerrando a parte expositiva do debate, a professora Flávia acrescentou ​​à mesa relatos de experiência artística e tecnológica em algumas escolas de Goiás. Ela também compartilhou um caso de uso de tecnologia voltada ao meio artístico que ocorreu na Universidade Federal de Goiás. O caso era referente à criação de um aplicativo de localização dentro do campus, que teve uma rota com pontos artísticos e culturais acrescentada. O usuário poderia, assim, se locomover na universidade e conhecer esses espaços. “Precisamos incentivar as práticas artísticas em todos os lugares, sobretudo nas nossas universidades”, ressaltou.   

O IV Congresso de Extensão e Cultura da AUGM reservou para artes, ciência e ecologia sua última rodada de debates. O evento realizado na tarde de quinta-feira (29) transitou pelas indagações feitas pela mediadora Carolina Cantarino Rodrigues, na abertura. “O que pode o encontro entre as artes e as ciências? entre outras provocações e também pela troca de experiências dos convidados vindos da Argentina, Uruguai e do Brasil.

A mesa foi composta  pelo professor e escultor sonoro Lukas Kühne , da Universidad de la República de Uruguai, o professor , músico e performance Damian Kees, da Universidad Nacional del Litoral, Santa Fé na Argentina, do professor e diretor de artes Diego Romero Mascaró, da Universidad Nacional de Quilmes, argentina e do professor do diretor de artes e escultor Fabrício Fernandino da Universidade Federal de Minas Gerais.

Lukas Kuhne considera que as tecnologias trazem grande ganho para a sociedade, mas que as artes,seus espaços e o potencial humano são os elementos centrais para o desenvolvimento dessa interação das partes. “Graças à revolução digital estamos na era da multidisciplinaridade. Precisamos ver o que há abaixo das ofertas digitais que nos são oferecidas”, comentou o escultor sonoro.” Também temos que voltar ao que somos e ao que temos e que são incrivelmente bem equipados com nossos sentidos altamente desenvolvidos sintonizado e altamente sensível, a influência mental direta do som não deve ser subestimada por causa de seus efeitos, já que podemos fechar nossos ouvidos e sem elementos externos estamos de alguma forma permanentemente no modo de receptores  e nem sempre é o caso, geralmente requer uma atitude consciente para ouvir atentamente. Quando o perigo é iminente, é inevitável abrir os ouvidos e muitas vezes é surpreendente o longe que podemos ouvir”, exemplifica ele esse embate.

Para Damian Kees, essa questão entre arte e ciência pode ser vista de forma natural e simples. “ Como podemos relacionar as ciências exatas entre citações com as artes das salas de aula, por exemplo. A música é física digamos também porque o som.É um material que se revela aos nossos ouvidos através da energia, ou seja, para que haja som.tem um corpo em movimento mas é um corpo em movimento oscilatório deve haver uma energia que o faz se mover se move através do tempo no espaço ponto físico.Então é esse conhecimento sobre física através da música  e música através da física”, explica ele exemplificando a relação arte ciência. “É tão simples que nós complicamos e assim complicamos a nossa própria vida”, resume o músico argentino.

Para Diego Mascaró, o tema do debate levou a uma reflexão sobre qual seria um meio termo ideal entre as disciplinas que convergem numa linguagem comum. “De repente encontramos uma disciplina na qual podemos dialogar sem problemas na qual podemos estabelecer uma linguagem comum” defende o diretor da Universidade de Quilmes. “Um grupo  interdisciplinar porque existem físicos, biólogos e compositores que se dedicam a estudar a percepção do som”, exemplifica o diretor de artes argentino.“Na verdade, talvez eu me pergunte se a arte não é ciência em si”, indagou Mascaró nessa mesa.

Fabrício Fernandino ressaltou a capacidade da AUGM de gerar projetos ao longo de cada edição dos congressos. “Nesse sentido o objetivo da AUGM tem sido cumprido, que é o intercâmbio, a troca.Com grandes dificuldades de financiamentos mas sempre vai conseguindo”, disse o diretor de artes da UFMG sobre a importância desse evento sediado esse ano na Unicamp.

Confira o debate completo: LINK


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