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Fóruns Permanentes debatem a inserção dos e-sports como modalidade esportiva

O evento, proposto pela Faculdade de Educação Física (FEF), aconteceu nesta terça-feira (8), no Centro de Convenções



Texto: Gabriela Villen  |  Fotos e edição de imagem: José Irani


Os jogos eletrônicos conduzidos em nível competitivo, com equipes profissionalizadas, altas premiações e campeonatos internacionais, conhecidos como “e-sports”, podem ser considerados uma modalidade esportiva? Essa foi a provocação proposta pelo Fórum Permanente da Pró-reitoria de Extensão e Cultura (Proec) da Unicamp, que aconteceu nesta terça-feira (8), no Centro de Convenções (CDC). O evento, proposto pela Faculdade de Educação Física (FEF), reuniu pesquisadores, docentes e interessados, buscando aprofundar os debates envolvidos na questão.


“O que a gente trouxe para esse Fórum não é a resposta, mas talvez o anseio de produzir perguntas melhores. Nós estamos num nível muito elementar de ‘é ou não é um esporte’. É um fenômeno que se apresenta, que está colocado, que tem adesão. Como que a educação Física, no caso, a área que eu represento, vai se posicionar diante disso?”, afirmou Odilon José Roble, diretor da FEF e organizador do Fórum. 

O pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp, Fernando Coelho, compô a mesa de abertura ao lado Odilon José Roble, diretor da FEF e organizador do Fórum 


Para o pró-reitor de Extensão e Cultura da Unicamp, Fernando Coelho, a proposição do evento vem ao encontro da própria essência da universidade. “Esse Fórum é provocativo e ele é um exemplo muito claro do papel da universidade. O papel dos Fóruns Permanentes é justamente promover a discussão de temas relevantes para a sociedade, modernos e ao mesmo tempo instigadores. O tema em discussão aqui hoje é sobre uma atividade muito recente, que é o fenômeno mundial que movimenta uma quantidade bastante significativa de recursos. Nosso papel é trazer temas como esse para discussão e fazer com que sejam debatidos em todas as suas possibilidades e visões”, ressaltou. “É a Universidade de Campinas se comportando como uma universidade pública inovadora, que não tem medo de discutir temas”, completou.


O baixo envolvimento de fisicalidade ou o alta componente de tecnologia como argumentos contrários ao enquadramento dos e-sports como esportes podem ser questionados como exemplos como o xadrez e a Fórmula 1. “É uma espécie de fenômeno ´borderline´, que está se apresentando como dificuldade de caracterização”, explicou Roble. “Se você lembrar outros esportes ´borderline´ como o xadrez, por exemplo, ele tem um nível de atividade física muito baixo. Mas o xadrez já encontrou um local de destaque na sociedade. É um jogo inteligente, um jogo de estratégia. Vários jogos eletrônicos são também inteligentes, estratégicos e desafiadores”, completou o professor.


Outra conexão com o campo da Educação Física abordada por Roble foi a preparação física dos jogadores. “É possível pensar a preparação física desses atletas, em atividades compensatórias ao movimento repetitivo que realizam, na periodização do treinamento. Todos esses são elementos que fazem parte do episteme da educação Física”, pontuou. 


O Fórum pode ser assistido na íntegra no canal dos Fóruns Permanentes.